Por Sam Wilkin
DUBAI (Reuters) - O Irã considerou buscar poder de dissuasão nuclear quando começou seu programa nuclear nos anos 1980 durante uma guerra de oito anos com o Iraque, disse um ex-presidente do país, segundo uma revista iraniana.
Os comentários do aiatolá Akbar Hashemi Rafsanjani acontecem em um momento sensível, à medida que o Irã implementa um acordo alcançado com potências mundiais, em julho, com o objetivo de restringir o programa nuclear iraniano e diminuir temores do Ocidente de que o país possa montar uma bomba atômica.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), agência de fiscalização nuclear da ONU, está investigando se o programa nuclear iraniano já teve uso militar. Um relatório está programado para ser divulgado em 15 de dezembro.
Durante as negociações, o Irã insistiu que o programa possui apenas propósitos pacíficos.
Em entrevista à revista iraniana Esperança Nuclear neta semana, Rafsanjani sugeriu que autoridades pensaram sobre uma capacidade de dissuasão quando o programa nuclear foi iniciado, mas a ação não foi concretizada.
"Quando começamos, estávamos em guerra e buscamos ter a possibilidade para o dia que o inimigo pudesse usar uma arma nuclear. Este era o pensamento. Mas nunca se tornou real", disse Rafsanjani na entrevista, reproduzida pela agência de notícias estatal Irna na terça-feira.
Rafsanjani também disse que viajou ao Paquistão para tentar se encontrar com Abdul Qadeer Khan, criador do programa de armas nucleares do Paquistão e que posteriormente ajudou a Coreia do Norte a desenvolver uma bomba, mas não se encontrou com ele.