DUBAI (Reuters) - O Irã negou neste sábado que havia chegado a um acordo com os Estados Unidos para enviar o seu excedente de urânio enriquecido para a Rússia sob novas concessões destinadas a fechar um acordo nuclear global com seis potências mundiais.
A Associated Press, citando diplomatas, disse na sexta-feira que Teerã e Washington tinham acordado provisoriamente em enviar para a Rússia a maior parte do material que poderia levar à fabricação de armas atômicas pela república islâmica.
A porta-voz do Ministério do Exterior do Irã Marzieh Afkham disse que não se chegou a "nenhum acordo sobre qualquer tema nuclear".
"Essa notícia é espalhada por motivos políticos e seu objetivo é manchar o clima das negociações e torná-lo mais complicado para chegar a um acordo", disse a porta-voz, conforme citada pela agência estatal de notícias IRNA.
A agência semi-oficial ISNA, citando uma "fonte informada", também negou a reportagem: "O tema da transferência de urânio (enriquecido) para o exterior tem circulado por um tempo, mas não tivemos qualquer acordo nesse sentido."
O chefe da agência de energia atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, disse aos fiéis nas orações de sexta-feira que o longo conflito nuclear estava chegando ao fim.
"Não tenho dúvida de que a questão nuclear será resolvida em favor do Irã e que em breve vamos comemorar a vitória do Irã", disse ele, conforme citado pela Mehr News.
O Irã e os seis países do "P5 + 1" - Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha - irão retomar as negociações sobre as atividades nucleares de Teerã em Genebra em 15 de janeiro, mas grandes diferenças permanecem em suas posições.
Entre os pontos de atrito estão o escopo do enriquecimento de urânio, o número de centrífugas e o ritmo e a sequência no alívio das sanções.
O Irã insiste que seu programa é pacífico e instou as potências ocidentais a desistir de exigências "irrealistas" que impedem um avanço.
(Reportagem de Mehrdad Balali)