Por Deisy Buitrago e Alexandra Ulmer
CARACAS (Reuters) - Diplomaticamente isolado, o presidente da Venezuela recebeu uma demonstração de apoio de seu homólogo turco, Tayyip Erdogan, e do ex-jogador argentino Diego Maradona, nesta quinta-feira, pouco antes de uma eleição que será boicotada pela coalizão opositora e que vendo sendo criticada por Washington.
Os Estados Unidos, a União Europeia e grandes países latino-americanos criticaram a votação de domingo, na qual o líder de esquerda Nicolás Maduro deve se reeleger para um mandato de seis anos.
Críticos dizem que Maduro, ex-motorista de ônibus de 55 anos à frente de um país assolado por um colapso econômico, tem sua vitória virtualmente assegurada, já que dois dos líderes opositores mais populares estão proibidos de concorrer e a comissão eleitoral é pró-governo.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, vem ameaçando adotar mais sanções e exortou a América Latina a impedir o acesso de autoridades venezuelanas aos sistemas financeiros e a restringir seus vistos de viagem.
Por isso gestos de apoio vindos do exterior são particularmente bem-vindos para Maduro, que tenta legitimar sua provável reeleição apesar de uma crise econômica brutal que tem obrigado seus compatriotas a pularem refeições, sucumbir a doenças antes controladas e emigrar em massa.
Em uma conversa exibida ao vivo em uma tela dividida na televisão estatal nesta quinta-feira, Maduro e Erdogan tiveram uma conversa artificial e traduzida que passou por vários problemas técnicos.
"Desejo a você muito sucesso na próxima eleição, e um mês depois acho que teremos sucesso na Turquia. Uma de minhas primeiras tarefas será uma visita de Estado à Venezuela", disse Erdogan, referindo-se às eleições presidencial e parlamentar de seu país no dia 24 de junho. "Tenho fé de que você triunfará".
Por sua vez, Maduro disse a Erdogan que "os venezuelanos vão dar uma lição sobre democracia e liberdade para o mundo no domingo".
No encerramento do evento de Maduro na quinta-feira no centro de Caracas, Maradona surpreendeu a multidão ao dançar ao ritmo de reggaeton enquanto agitava uma bandeira venezuelana amarela, azul e vermelha.