JERUSALÉM (Reuters) - Israel está estudando maneiras para processar palestinos seniores por crimes de guerra nos Estados Unidos e em outros lugares, em resposta às iniciativas palestinas para se juntarem ao Tribunal Penal Internacional, disse uma autoridade israelense no sábado.
Os palestinos entregaram na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York na sexta-feira os documentos sobre a adesão ao Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e de outros tratados globais, dizendo que esperavam alcançar "justiça para todas as vítimas que foram mortas por Israel, o poder ocupante".
O tribunal com sede em Haia avalia casos de crimes de guerra e graves crimes contra a humanidade, como genocídio.
O funcionário israelense disse que os líderes palestinos "devem temer medidas legais" após a sua decisão de assinar para o Estatuto de Roma.
"Israel está pesando as possibilidades de processos em larga escala nos Estados Unidos e em outros lugares" contra o presidente palestino Mahmoud Abbas e outros palestinos seniores, disse o funcionário.
Israel provavelmente vai levar adiante esses casos através de grupos não-governamentais e organizações legais pró-Israel capazes de entrar com ações judiciais no exterior, disse um segundo funcionário israelense, explicando como o mecanismo poderia funcionar.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu já havia alertado que os movimentos unilaterais da Autoridade Palestina nas Nações Unidas iriam expor seus líderes a acusações sobre o apoio ao Hamas, considerado por Israel como uma organização terrorista.
Palestinos querem um estado em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental - terras que Israel capturou na guerra de 1967 no Oriente Médio.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, apoia um eventual Estado palestino independente, mas argumentou contra os movimentos unilaterais como o da sexta-feira, dizendo que eles poderiam danificar o processo de paz.
Washington envia cerca de 400 milhões de dólares em auxílio econômico aos palestinos a cada ano. De acordo com a lei dos EUA, a ajuda seria cortado se os palestinos usassem a adesão ao Tribunal Penal Internacional para pressionar contra Israel.
(Reportagem de Allyn Fisher-Ilan)