JERUSALÉM (Reuters) - Um tribunal militar de Israel condenou nesta terça-feira um palestino à prisão perpétua por participação nos assassinatos de três jovens israelenses, cujas mortes na Cisjordânia ocupada resultaram em uma série de eventos que levaram a uma guerra de 50 dias em Gaza no ano passado.
A corte considerou que Hussam Kawasmeh, membro do grupo militante islâmico Hamas, planejou a captura de Eyal Yifrach, de 19 anos, e Gilad Shaer e Naftali Fraenkel, ambos de 16, que foram mortos a tiros na Cisjordânia ocupada em junho.
Kawasmeh foi preso em agosto e acusado de homicídio. Uma comissão de três juízes o condenou a três penas de prisão perpétua, de acordo com documentos da Justiça divulgados à imprensa.
Dois membros do Hamas suspeitos de terem executado os assassinatos dos jovens após apanhá-los quando pediam carona em uma estrada perto de um assentamento judaico morreram em uma troca de tiros com forças israelenses em seu esconderijo na Cisjordânia, em setembro.
Os corpos dos jovens israelenses foram encontrados na Cisjordânia quase três semanas após o desaparecimento.
Em um ataque por vingança em julho, um adolescente palestino, Mohammed Abu Khudair, foi capturado e incinerado em Jerusalém por três supostos agressores judeus, que foram acusados de homicídio.
A morte de Khudair e as detenções por Israel de supostos membros do Hamas na Cisjordânia levaram a confrontos entre palestinos e policiais israelenses em Jerusalém Oriental e a ataques transfronteiriços a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, contra Israel.
Houve uma guerra de sete semanas em Gaza entre julho e agosto, na qual, de acordo com o Ministério da Saúde Palestino, mais de 2.100 palestinos, na maioria civis, foram mortos. Sessenta e sete soldados israelenses e seis civis em Israel também foram mortos.
(Por Maayan Lubell)