Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Israel derrubou um foguete lançado a partir da Faixa de Gaza nesta segunda-feira, informaram os militares israelenses, após o primeiro ataque do tipo em meses, enquanto as tensões por conta de um santuário que é foco de conflitos em Jerusalém provocou uma retórica pró-palestina na Jordânia e iniciativas de mediação por parte dos Estados Unidos.
Nenhuma facção de Gaza reivindicou a responsabilidade pelo lançamento do foguete, que segundo Israel foi interceptado por seu sistema Iron Dome (Domo de Ferro). O Hamas, facção islâmica que comanda Gaza, havia alertado sobre possíveis retaliações à conduta israelense no complexo da Mesquita Al Aqsa em Jerusalém.
Desde sexta-feira, o local --que também é reverenciado pelos judeus como vestígio de dois templos antigos-- tem sido palco de confrontos entre palestinos, que atiram pedras, e policiais da tropa de choque israelense, relembrando episódios de violência que levaram a uma guerra em Gaza um ano atrás.
Os palestinos acusam Israel de invadir Al Aqsa durante o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos. Israel diz que os manifestantes palestinos querem interromper as orações dos muçulmanos por fins políticos e para impedir visitas dos judeus, que agora estão celebrando a Páscoa.
As tensões complicam as relações de segurança de Israel com a Jordânia, que tem a custódia de Al Aqsa, além de uma maioria de palestinos.
O rei Abdullah, da Jordânia disse ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que a política de Israel em Al Aqsa "prejudica seriamente" as chances de paz com os palestinos, segundo o governo de Amã. A Jordânia também convocou o embaixador interino de Israel para uma admoestação.
Intensificando ainda mais a retórica, o primeiro-ministro da Jordânia, Bisher al-Khasawneh, disse ao Parlamento do país: "Eu preciso louvar àqueles que estão arremessando pedras nos sionistas que profanam a mesquita Al Aqsa com a proteção do governo de ocupação israelense".
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, fez um pronunciamento em vídeo após a declaração de al-Khasawneh. "Eu vejo com gravidade as declarações culpando Israel pela violência à qual estamos sendo submetidos. Alguns estão encorajando o arremesso de pedras. Isso serve como prêmio aos incitadores, principalmente o Hamas, que quer inflamar a violência aqui em Jerusalém."
Pelo menos 152 palestinos e oito policiais ficaram feridos na área de Al Aqsa durante os confrontos de sexta-feira, disseram médicos.