Por Nidal al-Mughrabi e Eli Berlzon
GAZA/SDEROT, Israel (Reuters) - Israel e o Hamas, grupo palestino que controla a Faixa de Gaza, concordaram com uma trégua nesta quinta-feira, disseram duas autoridades palestinas, em um entendimento de que irá encerrar um agravamento em confrontos que geraram ameaças mútuas de guerra.
Não houve comentário formal de Israel, mas uma autoridade israelense que falou sob condição de anonimato negou que um cessar-fogo havia sido feito. Israel raramente reconhece qualquer tipo de acordo com o Hamas, um grupo que classifica como uma organização terrorista e contra o qual lutou três guerras na última década.
Um aumento em ataques aéreos e de foguetes entre as fronteiras nas semanas recentes fizeram com que a Organização das Nações Unidas e o Egito tentassem mediar uma trégua para impedir outro conflito em larga escala.
Na noite de quarta-feira e nesta quinta-feira, aeronaves israelenses atingiram mais de 150 alvos em Gaza e militantes palestinos dispararam dezenas de foguetes, incluindo um míssil de longa distância contra Israel, aumentando disputas apesar das conversas de trégua em andamento.
“Esforços egípcios conseguiram restaurar a calma entre facções palestinas e Israel que irá encerrar o agravamento atual”, disse uma autoridade palestina, que também falou em condição de anonimato. “Facções palestinas irão respeitar a calma enquanto Israel fizer isto”, acrescentou à Reuters.
Uma segunda autoridade palestina com conhecimento das conversas disse que o cessar-fogo iria começar às 17h45, no horário de Brasília.
Abu Mujahed, porta-voz dos Comitês de Resistência Popular, uma facção menor em Gaza, disse em sua página no Facebook (NASDAQ:FB): “Em consequência de esforços egípcios e internacionais, um cessar-fogo entre resistência palestina começou condicional ao comprometimento da ocupação”.
Horas antes, após o ataque palestino com míssil de longo alcance – o primeiro do tipo desde uma guerra em 2014, ataques aéreos israelenses foram retomados após uma breve pausa, destruindo um prédio que o Exército israelense descreveu como uma sede do Hamas.
Uma palestina grávida e seu filho de 18 meses foram mortos nos ataques israelenses durante a noite de quarta-feira, assim como um militante do Hamas, disseram autoridades médicas de Gaza. Centenas de pessoas participaram do funeral da mulher e da criança.
O Exército israelense informou que sete pessoas ficaram feridas por foguetes e morteiros palestinos, e que sua aeronave havia atingido mais de 150 alvos do Hamas durante a noite, enquanto mais de 180 foguetes e morteiros palestinos atingiram o sul de Israel.
A 40 quilômetros da fronteira, sirenes de ataques aéreos soavam na principal cidade do sul de Israel, Beersheba.
A rádio militar israelense informou que militantes palestinos haviam disparado um míssil Grad capaz de atingir o centro de Israel. A polícia disse ter encontrado seus restos em uma área aberta nos arredores da cidade de 200 mil habitantes e que ninguém ficou ferido.
Israel respondeu ao atingir o prédio, primeiro com pequenas bombas aparentemente para que pessoas se retirassem, e então destruindo o prédio com uma grande explosão que abalou a cidade e levantou nuvens de poeira e fumaça
Moradores disseram que o prédio funcionava principalmente como um centro cultural. Autoridades locais da saúde disseram que 18 transeuntes ficaram feridos na explosão. O Hamas negou que usava o prédio.