Por Matt Spetalnick e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - Israel e Sudão concordaram nesta sexta-feira em adotar medidas para normalizar as relações, em um acordo mediado com a ajuda dos Estados Unidos, que faz do país africano o terceiro governo árabe a descartar as hostilidades com Israel nos últimos dois meses.
O presidente dos EUA, Donald Trump, que buscará a reeleição em 3 de novembro, selou o acordo em um telefonema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o premiê sudanês, Abdalla Hamdok, e o chefe do Conselho de Transição, Abdel Fattah al-Burhan, disseram autoridades norte-americanas de alto escalão.
A decisão tomada por Trump no início desta semana de retirar o Sudão de uma lista de patrocinadores estatais do terrorismo abriu caminho para o acordo com Israel, assinalando uma conquista de política externa para o presidente republicano no momento em que ele pleiteia um segundo mandato, mas aparece atrás do rival democrata Joe Biden em pesquisas de opinião.
Netanyahu saudou o acordo como uma "nova era" para a região, mas a liderança palestina, classificou o pacto como "uma nova facada nas costas", à medida que irmãos árabes aparentam conceder menos prioridade à sua busca por um Estado.
"Os líderes concordaram com a normalização das relações entre Sudão e Israel e em encerrar o estado de beligerância entre suas nações", informou um comunicado conjunto emitido pelos três países.
Israel e Sudão planejam iniciar a nova fase com relações econômicas e comerciais, com um foco inicial na agricultura, disse o comunicado conjunto. Uma autoridade graduada dos EUA, que falou sob anonimato, disse que questões como o estabelecimento formal de laços diplomáticos serão resolvidas mais tarde.
Nas últimas semanas, Emirados Árabes Unidos e Barein também normalizaram seu relacionamento com Israel.
"O acordo sobre a normalização com Israel será decidido após a conclusão das instituições constitucionais por meio da formação do conselho legislativo", disse o ministro das Relações Exteriores do Sudão, Omar Gamareldin, à televisão estatal, logo após o anúncio desta sexta-feira.