Por Emily Rose
JERUSALÉM (Reuters) - A coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu concordou em formar um governo de união de emergência com políticos da oposição após o ataque militante palestino mais mortal da história de Israel, informou o partido governista Likud nesta terça-feira.
Os principais líderes da oposição, o ex-primeiro-ministro Yair Lapid e o ex-ministro da Defesa Benny Gantz, concordaram, em princípio, em participar de um governo de união após o ataque surpresa no sábado pelo grupo islâmico Hamas.
Um porta-voz do partido da Unidade Nacional de Gantz disse que estava otimista com as "boas notícias" de que o partido se uniria a Netanyahu para formar um governo de emergência, mas não quis entrar em detalhes sobre os termos.
Uma reunião entre Gantz e Netanyahu estava marcada para terça-feira, mas foi adiada para quarta-feira.
O acordo entre partidos políticos que normalmente são profundamente hostis uns aos outros ressalta a escala da crise após a morte de mais de 1.000 israelenses por homens armados do Hamas no fim de semana e a captura de mais de 100 outras pessoas.
"Um governo de união de emergência já!", publicou nas mídias sociais o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que representa um partido de extrema-direita próximo ao movimento de colonos judeus da Cisjordânia.
A escala sem precedentes do ataque do Hamas ajudou a superar as amargas divisões que surgiram com os planos do governo mais à direita da história de Israel de aprovar uma legislação que tiraria grande parte do poder da mais alta corte do país.
Israel respondeu ao ataque com um bombardeio maciço em Gaza e enviou milhares de soldados ao redor do estreito enclave costeiro em meio a expectativas crescentes de que lançará uma invasão terrestre para destruir o Hamas.
Em um comunicado no sábado, poucas horas após o ataque, o líder da oposição Lapid disse que informou ao primeiro-ministro que estava disposto a deixar as diferenças políticas de lado e "estabelecer junto com ele um governo de emergência profissional e limitado, que administrará a campanha difícil, complexa e prolongada que temos pela frente".
Uma fonte próxima a Lapid disse à Reuters que a oferta ainda estava de pé se o governo de emergência fosse "limitado e profissional".