Por Crispian Balmer
JERUSALÉM (Reuters) - Israel criticou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, por sugerir que Adolf Hitler tinha origens judaicas, acusando o chanceler russo de espalhar antissemitismo e menosprezar o Holocausto.
"Essas mentiras pretendem acusar os próprios judeus dos crimes mais horríveis da história que foram cometidos contra eles", disse o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, em comunicado.
"O uso do Holocausto do povo judeu para fins políticos precisa parar imediatamente", acrescentou.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, exigiu um pedido de desculpas de Lavrov por seus comentários, que foram feitos no domingo em uma entrevista à televisão italiana, e convocou o embaixador russo para "uma conversa dura" sobre a declaração.
Lapid disse que afirmar que Hitler era descendente de judeus era como dizer que os judeus se mataram, e acusar os judeus de serem antissemitas era "o nível mais baixo de racismo".
Não houve comentários imediatos da embaixada russa ou do próprio Lavrov.
Durante entrevista ao canal italiano Rete 4, Lavrov foi questionado sobre como a Rússia poderia dizer que precisava "desnazificar" a Ucrânia, se o presidente do país, Volodymyr Zelenskiy, é judeu.
"Quando eles dizem 'que tipo de nazificação é essa se somos judeus', bem, acho que Hitler também tinha origens judaicas, então isso não significa nada", disse Lavrov, falando por meio de um intérprete italiano.
"Há muito tempo ouvimos o sábio povo judeu dizer que os maiores antissemitas são os próprios judeus", acrescentou.