Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - Ataques aéreos israelenses em três casas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mataram pelo menos 25 palestinos e feriram muitos outros, disseram médicos nesta segunda-feira, quando os líderes do Hamas chegaram ao Cairo para uma nova rodada de negociações com mediadores do Egito e do Catar.
Na Cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza, aviões de guerra israelenses atingiram duas casas, matando pelo menos quatro pessoas e ferindo várias outras, segundo autoridades de saúde. O ataque à outra casa matou dois irmãos, acrescentaram.
Os ataques a Rafah, onde mais de um milhão de pessoas buscaram refúgio após meses de bombardeios israelenses, ocorreram horas antes de o Egito receber líderes do grupo islâmico Hamas para discutir as perspectivas de um acordo de cessar-fogo com Israel.
As Forças Armadas israelenses disseram que estavam verificando os relatos.
Ao discursar na segunda-feira em uma reunião do Fórum Econômico Mundial em Riad, na Arábia Saudita, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, disse que o Egito estava esperançoso em relação a uma proposta de trégua e à libertação de reféns na Faixa de Gaza, mas que estava aguardando uma resposta de Israel e do Hamas sobre o plano.
"Estamos esperançosos de que a proposta tenha levado em conta as posições de ambos os lados, tenha tentado extrair moderação de ambos os lados, e estamos aguardando uma decisão final", afirmou Shoukry.
Questionada sobre a nova rodada de negociações no Cairo, uma autoridade palestina próxima aos esforços de mediação disse à Reuters: "As coisas parecem melhores desta vez", mas ela se recusou a dizer se um acordo era iminente.
Israel prometeu erradicar o Hamas, que controla Gaza. Sua operação militar de seis meses de duração já matou 34.488 palestinos, 34 deles nas últimas 24 horas, e feriu 77.643, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza. A guerra deslocou a maior parte dos 2,3 milhões de habitantes e destruiu grande parte do enclave.
O conflito foi desencadeado por um ataque de militantes do Hamas a Israel em 7 de outubro, no qual eles mataram 1.200 pessoas e fizeram 253 reféns, de acordo com os registros israelenses.
Um ataque a Rafah, que, segundo Israel, é o último reduto do Hamas na Faixa de Gaza, tem sido ameaçado por semanas, mas governos estrangeiros e as Nações Unidas expressaram preocupação de que tal ação poderia resultar em um desastre humanitário, dado o número de pessoas deslocadas amontoadas na área.