Por Dan Williams e Michelle Nichols e Andrew Gray
(Reuters) - Israel segue a linha de rejeitar pedidos de trégua em Gaza enquanto seus aliados mais próximos no Ocidente unem-se em torno da ideia de "pausas humanitárias" ou interrupções temporárias no bombardeio.
A crescente angústia internacional com as condições de 2,3 milhões de pessoas presas sob os ataques aéreos mais pesados que Israel já desencadeou sobre enclave do Mediterrâneo levou as grandes potências a apelar a Israel, nesta semana, pela permissão de pausas para o fornecimento de ajuda humanitária e para a retirada de reféns israelenses detidos pelo grupo militante islâmico Hamas.
A questão abriu a primeira divisão pública sobre a campanha entre Israel e seus apoiadores -- incluindo os Estados Unidos, a União Europeia, e o Reino Unido, além de outros membros do G7 como o Japão --, após um forte alinhamento e apoio nas quase três semanas desde que os militantes do Hamas irromperam de Gaza para o sul de Israel em uma violenta invasão.
"Israel se opõe a uma pausa humanitária ou a um cessar-fogo neste momento", disse Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel nesta sexta-feira, enquanto um alto funcionário israelense disse que os pedidos por uma pausa nos combates pareciam ser de “má fé”.
O coro de apelos por uma pausa ocorre na esteira de dias de intensa diplomacia na sede da ONU em Nova York e em Bruxelas, e foi um compromisso selado entre os que, como a Espanha, queriam pressionar Israel a estabelecer um cessar-fogo, e aqueles que dizem que o direito de Israel à legítima defesa era a prioridade.
Israel diz que o Hamas matou cerca de 1.400 pessoas, incluindo crianças, e levou mais de 200 pessoas como reféns no ataque de 7 de outubro.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse que 7.326 palestinos morreram em ataques aéreos de retaliação, incluindo cerca de 3.000 crianças. Os suprimentos de alimentos, água, combustível e medicamentos são escassos na faixa de 40 km de comprimento.
(Reportagem de Dan Williams, em Jerusalém, Andrew Gray, em Bruxelas, e Michelle Nichols, na ONU; reportagem adicional de Emma Farge, em Genebra, Steve Holland, em Washington e Sakura Murakami, em Tóquio)