Por Angelo Amante
ROMA (Reuters) - O governo italiano aprovou penas de prisão mais duras para traficantes de pessoas nesta quinta-feira, dias depois de pelo menos 72 imigrantes morrerem quando seu frágil barco de madeira se partiu em mares tempestuosos.
Em um movimento simbólico, a primeira-ministra Giorgia Meloni realizou uma reunião de gabinete no balneário de Steccato di Cutro, perto de onde aconteceu o naufrágio, para aprovar as novas medidas destinadas a combater o lucrativo tráfico de migrantes.
O decreto introduz um novo crime, o de causar morte ou lesões corporais graves em consequência de contrabando humano, com pena até 30 anos de prisão.
"Estamos determinados a derrotar o tráfico humano responsável por esta tragédia", disse Meloni a jornalistas, afirmando que a Itália agiria contra contrabandistas capturados nos barcos, bem como contrabandistas de outros países que organizam as viagens frequentemente mortais.
O governo de direita de Meloni, que adota uma linha dura contra a imigração ilegal, foi criticado pelo desastre de 26 de fevereiro, com críticos dizendo que mais deveria ter sido feito para salvar os imigrantes, depois que o barco foi localizado horas antes de afundar.
Até agora, a polícia recuperou 72 corpos, 28 deles de menores de idade, após o desastre. Outras 79 pessoas sobreviveram e cerca de 30 estão desaparecidas. A maioria dos migrantes era afegã, mas também havia iranianos, paquistaneses e sírios a bordo.
Quatro supostos traficantes, que trouxeram o barco da Turquia, foram detidos até agora.
Tradução Redação São Paulo