PARIS (Reuters) - A Itália pediu formalmente à França que extradite um ex-militante de esquerda que se acredita ter sido ativo durante os chamados "anos de chumbo" do país, comunicou o Ministério da Justiça francês.
No mês passado, o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, pediu ao presidente francês, Emmanuel Macron, que extraditasse guerrilheiros de esquerda que estão escondidos na França há décadas para evitar cumprir penas de prisão na Itália.
Centenas de pessoas foram vítimas de bombas, assassinatos e ataques de rua de facções militantes de extrema-direita e extrema-esquerda durante os "anos de chumbo", um período de turbulência social e política que foi do final dos anos 1960 ao início dos anos 1980.
"No dia de hoje ocorrem conversas entre os Ministérios da Justiça francês e italiano a respeito de 15 casos", disse um porta-voz da Justiça da França na noite de segunda-feira, acrescentando que a Itália enviou um pedido de extradição oficial de um militante na semana passada.
O porta-voz disse que espera um segundo pedido nos próximos dias e que haverá uma reunião na quarta-feira para debater as exigências italianas, mas que não se espera nenhuma decisão nesta ocasião.
Há nove fugitivos de esquerda italianos vivendo na França, segundo o jornal romano La Repubblica, incluindo três condenados por seu papel no sequestro do ex-premiê italiano Aldo Moro em 1978.
A solicitação de Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga, a Macron no mês passado aconteceu depois do envio do militante comunista Cesare Battisti da Bolívia à Itália, após um período vivendo no Brasil, para cumprir uma pena de prisão perpétua por seu envolvimento em quatro assassinatos no final da década de 1970.
(Por Emmanuel Jarry)