Por Nobuhiro Kubo e Michael Martina e Hyonhee Shin
(Reuters) - Aviões militares russos e chineses realizaram exercícios conjuntos para patrulhar a região Ásia-Pacífico, disse o Ministério da Defesa da Rússia nesta terça-feira, na conclusão de uma viagem do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Ásia que irritou Pequim.
A patrulha conjunta durou 13 horas sobre os mares do Japão e do Leste da China e envolveu bombardeiros estratégicos russos Tu-95 e jatos chineses Xian H-6, disse o Ministério da Defesa em comunicado.
O ministro da Defesa do Japão chamou o exercício de provocação, enquanto uma autoridade dos EUA afirmou que revela a profundidade da cooperação dos dois países.
Aviões das Forças Aéreas japonesa e sul-coreana seguiram os jatos russos e chineses durante parte do exercício, segundo o ministério russo.
O Japão despachou jatos depois que aviões de guerra russos e chineses se aproximaram de seu espaço aéreo enquanto Tóquio hospedava os líderes do grupo Quad de países que inclui os Estados Unidos, disse o ministro da Defesa, Nobuo Kishi.
Tóquio transmitiu "graves preocupações" à Rússia e à China por meio de canais diplomáticos, afirmou Kishi em entrevista coletiva.
Ele caracterizou o incidente como uma provável provocação de Pequim e Moscou em um dia em que Biden, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o recém-eleito líder da Austrália, Anthony Albanese, estavam se reunindo em Tóquio.
"Acreditamos que o fato desta ação ter sido tomada durante a cúpula do Quad a torna mais provocativa do que no passado", disse ele, acrescentando que foi o quarto incidente desse tipo desde novembro.
O Ministério da Defesa da China confirmou a patrulha aérea conjunta sobre o Mar do Japão, Mar do Leste da China e Pacífico Ocidental e a chamou de parte de um exercício militar anual.
A medida marca o primeiro exercício militar conjunto da China e da Rússia desde que Moscou invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, segundo uma autoridade dos EUA, e ocorreu no final da viagem de Biden.