Por Jill Serjeant
LOS ANGELES (Reuters) - Jimmy Kimmel está fazendo terapia. A gafe cometida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas no ano passado na entrega do prêmio de melhor filme está causando pesadelos ao apresentador –ou assim diz o comediante em um dos vídeos de divulgação da cerimônia de domingo.
Mas a confusão de bastidores de 2017, que inicialmente levou à entrega do troféu a "La La Land – Cantando Canções", e não ao verdadeiro vencedor, "Moonlight – Sob a Luz do Luar", pode não ser nada se comparada à tarefa que Kimmel enfrentará ao apresentar o Oscar pelo segundo ano.
Kimmel terá que lidar com o escândalo de má conduta sexual que abalou Hollywood e gerou o movimento #MeToo diante de uma plateia de celebridades de primeiro escalão, muitas das quais se dizem vítimas, e das milhões de pessoas assistindo a transmissão ao vivo em casa.
Também se espera que ele faça piadas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o deslize do prêmio de melhor filme de 2017, os melhores momentos da cultura pop do ano passado e os filmes e atuações concorrendo às maiores honrarias do mundo do entretenimento.
"Neste ano o teste é o alvo de Hollywood. Este será o tema da noite, das piadas de Jimmy Kimmel aos vencedores que serão anunciados", disse Tom O'Neil, fundador do site de premiações GoldDerby.com.
"Ele não pode evitar o tema #MeToo e precisa tratá-lo com delicadeza e sensibilidade, ao mesmo tempo sendo destemido e satirizando. Então ele tem uma tarefa muito difícil", avaliou O'Neil.
Kimmel, de 50 anos, falou pouco sobre seus planos e é ambíguo quando indagado se enfrentará a saia justa.
"Esse programa não é para ressuscitar as agressões sexuais das pessoas", disse Kimmel à rede de televisão ABC News no início desta semana. "É uma premiação para as pessoas que podem ter passado a vida sonhando em ganhar um Oscar."
Em janeiro Kimmel disse aos repórteres que tinha "certeza de que isso (o escândalo de má conduta sexual) será parte da temática do programa".
Kimmel, conhecido por seu humor cordial, mas descarado, foi elogiado como apresentador do Oscar do ano passado, quando o recém-eleito Trump e suas políticas renderam assuntos aos comediantes.
Desde então, motivado por um problema cardíaco de seu filho recém-nascido, ele adotou um estilo mais contundente em seu talk show "Jimmy Kimmel Live!", atacando os esforços republicanos para desfazer as reformas do sistema de saúde do ex-presidente Barack Obama.