Por Suleiman Al-Khalidi
AMÃ (Reuters) - O ministro da Saúde da Jordânia foi demitido neste sábado depois que sete pessoas morreram por falta de oxigênio em um hospital que trata pacientes contaminados pelo coronavírus. A polícia foi enviada para conter centenas de parentes revoltados, disseram a mídia estatal e testemunhas.
A falta de oxigênio atingiu as enfermarias de terapia intensiva, maternidade e de coronavírus no novo hospital do governo de Salt, a oeste da capital Amã.
O primeiro-ministro, Bisher al Khaswaneh, disse que demitiu o ministro da Saúde, Nathir Obeidat. Em um pedido público de desculpas, ele disse que seu governo tem total responsabilidade pelas mortes.
"Este é um erro grosseiro que não pode ser justificado ou aceito. Sinto vergonha disso e não vou justificá-lo", disse Khaswaneh, acrescentando que estava aguardando os resultados de uma investigação judicial.
Obeidat disse ter "responsabilidade moral" pelas mortes dos pacientes, que estavam sendo tratados de Covid-19 quando as enfermarias ficaram sem oxigênio por quase uma hora.
O rei Abdullah visitou o hospital em uma ação que autoridades disseram ter o objetivo de acalmar as tensões. A raiva contra as autoridades já provocou distúrbios civis na Jordânia.
"Como pode um hospital como este ver algo assim acontecendo?" disse ele ao entrar no hospital multimilionário, que só entrou em operação em agosto passado.
Alguns políticos disseram que o incidente mostra para uma grande má gestão dos hospitais públicos.
A Jordânia está enfrentando um aumento nas infecções de Covid-19 atribuídas principalmente à rápida transmissão da variante do coronavírus identificada pela primeira vez na Grã-Bretanha, e anunciou na semana passada medidas mais rígidas para conter a doença.
A Jordânia, com uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, tem 385.533 casos de Covid-19 e 5.224 mortes.
(Por Suleiman Al-Khalidi)