Por Ben Blanchard e Sui-Lee Wee
PEQUIM (Reuters) - Mais de um ano atrás, um jornal controlado pelo governo chinês advertiu que uma cidade próspera no sul da China iria ficar sem espaço para despejar o lixo resultante de um boom no setor da construção.
No domingo, uma montanha de lama e resíduos de construção desmoronou em um parque industrial de Shenzhen, cidade em rápido crescimento, perto da divisa com Hong Kong, soterrando 33 edifícios e deixando cerca de 100 pessoas desaparecidas.
Além de novos edifícios, uma rede de linhas de metrô está sendo construída em Shenzhen, e montes de terra estão sendo escavados e despejados em lixões.
Um jornal oficial de Shenzhen, publicado pelo governo da cidade, citou um funcionário não identificado dizendo que em outubro do ano passado a escolha de um lugar para o descarte do entulho estava se tornando "extremamente difícil" e essa era a "única coisa" que o preocupava.
"Shenzhen tem 12 locais de despejo de entulho e só pode aguentar até o próximo ano (2015)", informou na época o jornal.
A frequência de acidentes industriais na China levanta questões sobre normas de segurança após três décadas de crescimento vertiginoso no país, a segunda maior economia do mundo.
De acordo com o Ministério de Recursos da Terra, as autoridades provinciais enviaram uma equipe para investigar o deslizamento de terra em Shenzhen.
A quantidade de lama e entulho no local era imensa e foi sendo empilhada de um modo excessivamente íngreme, "causando instabilidade e desmoronamento, e levando à queda de edifícios", disse o ministério em um comunicado.
(Reportagem adicional da Redação em Pequim)