PARIS (Reuters) - O jornal regional francês La Nouvelle République recebeu ameaças nas redes sociais depois de publicar uma caricatura do profeta Maomé em sua primeira página, disse um de seus jornalistas nesta quarta-feira.
No dia 18 de outubro, o Nouvelle République republicou um desenho satírico do profeta Maomé já veiculado pela revista Charlie Hebdo para ressaltar a ameaça dos extremistas islâmicos na esteira do assassinato do professor francês Samuel Paty na semana passada.
O jornalista Christophe Hérigault disse à BFM TV nesta quarta-feira que a grande maioria das pessoas reagiu positivamente à primeira página, vendo-a como uma defesa da liberdade de expressão e da democracia, e que um número pequeno fez ameaças ao jornal.
"Houve quatro ou cinco ameaças, principalmente no Facebook, que nos levaram a registrar uma queixa judicial por uma questão de princípio", contou Hérigault à BFM TV.
Não foi possível contatar autoridades do departamento de polícia local.
Paty foi decapitado por um jovem de 18 anos supostamente islamita no dia 16 de outubro, em plena luz do dia, diante de sua escola em um subúrbio de Paris depois de mostrar caricaturas do profeta Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão, revoltando vários pais muçulmanos. Os muçulmanos acreditam que qualquer representação do profeta é uma blasfêmia.
Mais tarde, a polícia matou o agressor a tiros.
O assassinato de Paty chocou a França e ecoou o ataque de cinco anos atrás à redação da revista satírica Charlie Hebdo, que também publicou caricaturas do profeta Maomé naquele ano.
(Por Sudip Kar-Gupta)