Por Natalia Zinets
KIEV (Reuters) - Um proeminente jornalista russo e crítico ao presidente Vladimir Putin foi morto a tiros na Ucrânia, para onde havia fugido para exílio após ameaças, informou a polícia nesta terça-feira.
Arkady Babchenko morreu em uma ambulância por conta de ferimentos após sua esposa encontrá-lo coberto de sangue em casa, informou a polícia, acrescentando suspeitar que o assassinato foi cometido por conta das atividades profissionais de Babchenko.
Babchenko, um dos correspondentes de guerra mais conhecidos da Rússia, havia deixado a Rússia temendo por sua vida depois de criticar políticas russas na Ucrânia e na Síria.
Ele denunciava políticos pró-governo na Rússia por comentários nas redes sociais sobre o bombardeio russo na Síria, e pela sua caracterização da Rússia como uma agressora em relação à Ucrânia.
“A primeira versão é sua atividade profissional”, disse o chefe da polícia de Kiev, Andriy Kryshchenko, no canal televiso de notícias 112, quando perguntado sobre o que a polícia suspeita estar por trás do assassinato.
Dois anos atrás, Pavel Sheremet, um jornalista bielorrusso conhecido por suas críticas à liderança de seu país-natal e sua amizade com o líder assassinado da oposição Boris Nemtsov, foi morto em uma explosão de um carro-bomba na região central de Kiev.
“O regime de Putin destina-se aos que não podem ser quebrados ou intimidados”, disse Anton Gerashchenko, um parlamentar ucraniano e assessor do ministro do Interior, em publicação no Facebook.
“Hoje em Kiev, na entrada do apartamento em que morava, o famoso jornalista russo Arkady Babchenko foi baleado e morto, um consistente adversário do regime de Putin e um amigo da Ucrânia”.
(Reportagem adicional de Anton Zverev, em Moscou)