Por Alastair Macdonald e Noah Barkin
BRUXELAS/PARIS (Reuters) - Se Emmanuel Macron vencer o segundo turno da eleição presidencial francesa de domingo, os liberais europeus pró-União Europeia finalmente terão seu ídolo.
Para os políticos de centro que estão lambendo as feridas desde que o Reino Unido votou a favor da desfiliação da UE um ano atrás, o candidato de 39 anos será o jovem e galante herói que abateu o dragão mais perigoso de todos: Marine Le Pen, da Frente Nacional, de extrema-direita.
De um jantar em Paris com os líderes jovens da Bélgica e de Luxemburgo a uma tietagem explícita com o ex-primeiro-ministro italiano Matteo Renzi no Twitter, Macron já criou um círculo de colegas de mentalidade semelhante, sem medo de defender uma integração maior na UE em um momento no qual os eleitores estão sendo tentados tanto pela extrema-direita como pela extrema-esquerda.
Os jovens líderes se apresentam como rostos novos, livres da bagagem do século 20 ou da luta entre esquerda e direita.
Mas para realizarem seu sonho de uma Europa revigorada, eles terão que conquistar líderes da velha guarda, principalmente a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Uma autoridade alemã de alto escalão disse que o apelo juvenil de Macron pode dar à França um certo otimismo "kennediano", mas também expressou uma ponta de ceticismo: Berlim está "disposta a conversar sobre a Europa", disse, "mas a discussão tem que tratar de responsabilidade, além de solidariedade".
Em março, Macron debateu seus planos para o continente em um jantar particular na casa de uma celebridade da televisão francesa ao qual compareceram o premiê belga, Charles Michel, de 41 anos, e seu colega luxemburguês Xavier Bettel, de 44 anos.
"Foi um momento para compartilharmos nossos compromissos com a Europa", disse Michel à Reuters a respeito da ocasião, que foi mantida em segredo até vazar em abril. "Nos próximos meses, teremos que relançar o projeto europeu... e para isso precisaremos de parceiros".
Os três homens são parte da primeira geração de líderes europeus a amadurecer com os benefícios da cidadania do bloco.
"Somos a geração Erasmus", disse Michel à Reuters, referindo-se ao programa de intercâmbio da UE que permite a estudantes frequentar universidades em outros países da UE.
Caso se torne o mais jovem presidente da França, Macron irá seguir os passos de Renzi, que se tornou o premiê italiano mais jovem da história ao assumir o cargo também com 39 anos de idade.
"Bravo para @matteorenzi", tuitou Macron esta semana. "Juntos iremos mudar a Europa com todos os progressistas". Renzi tuitou de volta: "Obrigado querido Emmanuel. Estamos com você".