WASHINGTON (Reuters) - A Rio Tinto, segunda maior produtora de minério de ferro do mundo, espera que outras mineradoras cortem 125 milhões de toneladas de capacidade de minério de ferro em 2014, aproximadamente igual à quantidade de nova oferta prevista para entrar em operação na Austrália e no Brasil.
Os preços do minério de ferro acumulam perdas de 38 por cento este ano, atingindo mínimas de cinco anos, em grande parte devido a um excedente de oferta de minério de baixo custo a partir dos principais produtores, a brasileira Vale, a Rio Tinto, a BHP Billiton e a Fortescue.
A queda dos preços tem sido mais profunda e mais rápida do que o esperado, e grandes e pequenas mineradoras previam que os produtores de alto custo, principalmente na China, seriam forçados a reduzir a produção em resposta aos preços deprimidos.
"Eu acho que já há alguma evidência, certamente na China, Indonésia, Irã, África do Sul e Austrália, estamos vendo alguns competidores mais marginais tomarem decisões de cortar capacidade", disse o presidente-executivo Sam Walsh à Reuters no intervalo de um evento em Washington.
"Estamos esperando que ao longo deste ano 125 milhões de toneladas de capacidade sejam cortadas em resposta a preços mais baixos", disse ele, acrescentando que 85 milhões de toneladas já foram cortadas, em linha com as expectativas.
Um corte de 125 milhões de toneladas seria equivalente a quase 10 por cento do comércio global previsto em minério de ferro para este ano, e aproximadamente igual às 132 milhões de toneladas de nova previsão de fornecimento a vir da Austrália e do Brasil em 2014.
(Reportagem de Krista Hughes)