Por Aleksandra Michalska e Julia Harte
(Reuters) - O ativista russo de direitos humanos e ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov pediu nesta quinta-feira que as potências mundiais adotem uma estratégia militar e econômica mais dura contra o presidente russo, Vladimir Putin, por sua invasão da Ucrânia.
Em entrevista à Reuters, Kasparov pediu aos países ocidentais que retirem seus embaixadores de Moscou, expulsem a Rússia da agência de polícia Interpol e imponham uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia.
"A Rússia deve ser jogada de volta à Idade da Pedra para garantir que a indústria de petróleo e gás e quaisquer outras indústrias sensíveis que são vitais para a sobrevivência do regime não possam funcionar sem o apoio tecnológico ocidental", disse Kasparov.
As sanções impostas até agora pelos Estados Unidos e outros países da Otan isolaram a Rússia em uma extensão sem precedentes para uma economia desse tamanho. Centenas de soldados russos e civis ucranianos foram mortos desde que as tropas russas cruzaram a fronteira em 24 de fevereiro, e mais de 1 milhão de refugiados fugiram, segundo a Organização das Nações Unidas.
Kasparov, ex-presidente da Fundação de Direitos Humanos com sede em Nova York que desempenhou um papel ativo no movimento de protesto da oposição ao Kremlin quando morava em Moscou, disse à Reuters que não pode haver paz na região até que Putin seja removido do poder.
"A lista do que Putin 'nunca faria' cresceu muito", afirmou ele. "Ele cometeu crimes de guerra além da imaginação."
Kasparov também mirou o presidente dos EUA, Joe Biden, por não ter tomado medidas mais agressivas contra Putin anteriormente: "Espero que os norte-americanos revisem sua estratégia e mostrem força".