Por Marcelo Rochabrun e Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Enquanto as autoridades peruanas detinham a líder da oposição Keiko Fujimori na noite de terça-feira para um novo período de prisão de 15 meses, a política publicou um vídeo pré-gravado alegando "perseguição" e prometendo "acabar com o silêncio" no caso.
A Justiça determinou na tarde de terça-feira a detenção dela, ao mesmo tempo em que promotores continuam uma investigação por suposta lavagem de dinheiro. Ela já havia passado 13 meses na prisão, mas a alta corte constitucional do Peru ordenou sua libertação em novembro. Os promotores apelaram dessa decisão.
No vídeo, publicado no Facebook e aparentemente gravado na terça-feira, Keiko Fujimori disse que "dará uma resposta política a essa perseguição política".
Sua mensagem é uma mudança significativa na estratégia. Em novembro, Keiko afirmou que se dedicaria à família, mas agora promete se defender agressivamente política e publicamente."Isso não é justiça", disse Keiko, antes de se descrever forte. "Como mulher, como esposa, como mãe, vou trazer toda a força que tenho".
Ela afirmou que seu marido procuraria suporte de governos e organizações estrangeiros para apoiar sua libertação.
Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, não foi oficialmente acusada. Os promotores alegam que ela recebeu dinheiro da construtora brasileira Odebrecht para financiar uma campanha presidencial, mas fingia que os recursos vinham de outras fontes.
A Odebrecht admitiu ter pago propinas a dezenas de políticos em toda a América Latina, e três ex-presidentes do Peru receberam ordens de prisão por seus laços com a empresa. Keiko Fujimori e seus aliados alegam que essas medidas severas contra ela correspondem a uma criminalização da política, enquanto outros dizem que o Peru está finalmente agindo no combate à corrupção sistêmica.
O juiz Victor Zuñiga disse em sua decisão que permitir que Keiko permanecesse livre ou ficasse em prisão domiciliar, duas opções que estavam sobre a mesa, "não garantiriam ... que a ré não iria interromper a evolução das investigações".
Os promotores pediram um período um pouco mais longo na prisão, 18 meses. A defesa de Keiko Fujimori disse que vai recorrer.
As principais evidências contra Keiko incluem o depoimento de um executivo da Odebrecht que disse aos promotores que a empresa ajudou a financiar sua campanha presidencial em 2011, quando ela foi a segunda colocada.