Por Riham Alkousaa
BERLIM (Reuters) - Uma comédia sobre um diretor de cinema sendo protegido por sua família de um serial killer desafia estereótipos sobre o Irã e mulheres iranianas no Festival de Cinema de Berlim, disse o diretor do filme nesta quarta-feira.
"Há mulheres fortes no Irã e eu escolhi mostrá-las de forma oposta às imagens rotineiras que representam a vocês mulheres iranianas como vítimas”, disse o diretor iraniano Mani Haghighi em entrevista coletiva após exibição do filme “Khook – Pig”.
No filme, Hasan Kasmai, um cineasta, começa a entrar em pânico após entrar em uma lista negra e perder a atriz que transformou em estrela e que agora quer fazer um filme com um diretor rival.
Ele se enche de ciúmes quando um serial killer que mira cineastas famosos em Teerã decide ignorá-lo.
Ele pergunta para sua mãe quando será assassinado e ela lhe garante que o assassino guardou o melhor para o final – fazendo com que ele fosse falsamente citado como o assassino nas redes sociais.
Ele possui somente sua mãe, esposa e filha para protegê-lo de ser decapitado e de provocações online.
“Khook – Pig” segue os passos de “Taxi”, do cineasta iraniano banido Jafar Panahi, que venceu o Urso de Ouro de Berlim de Melhor Filme por sua representação de um taxista levando pessoas por Teerã em uma condenação à censura.
Diretores de cinema no Irã enfrentam censuras, e até mesmo prisão, caso ultrapassem normas aceitas sobre questões como sexo e política.
No entanto, Haghighi, que planeja exibir seu filme no Irã, disse estar cansado de perguntas constantes de jornalistas sobre suas visões políticas e censura no Irã.
“Quantas vezes temos que ouvir isto? Sim, há censura no Irã. Sim, é difícil viver com isto e sim, nós estamos lidando com isto. Mas há muito mais para discutir”, disse.
“Khook – Pig” é um dos 19 filmes competindo pelo Urso de Ouro de Berlim, que será entregue no dia 24 de fevereiro.