PRISTINA (Reuters) - Kosovo e Sérvia prometeram nesta terça-feira trabalhar juntos para localizar cemitérios da era da Guerra do Kosovo e identificar os restos de pessoas ainda desaparecidas durante o conflito de 1998-99.
Quase 24 anos depois, 1.621 pessoas permanecem desaparecidas em função da guerra que deixou mais de 13.000 mortos. A maioria dos mortos e desaparecidos é de etnia albanesa.
A questão continua sendo um obstáculo para descongelar as relações entre os dois antigos inimigos.
“Mais de 20 anos depois, as famílias continuam vivendo em luto, sem conhecer o paradeiro de seus entes queridos”, disse o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrel, que mediou o acordo, em um comunicado.
“As famílias têm o direito de saber o destino de seus parentes, assim como a sociedade como um todo”.
O acordo foi fechado no fim da terça-feira entre o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, e o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic. Os dois estão em Bruxelas para uma reunião de alto escalão que faz parte dos esforços de mediação da União Europeia para ajudar os países a normalizar relações.
A guerra começou em 1998, quando cidadãos de etnia albanesa no Kosovo, então província da Sérvia, pegaram em armas em uma insurreição contra o governo de Belgrado. Terminou em junho de 1999, após intervenção da Otan. Kosovo, na época, estava sendo administrativamente governado pela ONU.
Kosovo declarou independência em 2008, mas a Sérvia se recusa a conhecer o status de Estado de sua antiga província.
(Reportagem de Fatos Bytyci)