LONDRES (Reuters) - O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov disse nesta quinta-feira que os objetivos da "operação militar especial" de Moscou na Ucrânia permanecem inalterados, mas que podem ser alcançados por meio de negociações.
Os comentários ao jornal russo Izvestia foram os mais recentes de uma série de declarações nesta semana enfatizando a abertura de Moscou às negociações - uma mudança de tom que segue uma gama de derrotas das forças russas enquanto a guerra na Ucrânia se aproxima do fim de seu oitavo mês.
"A direção não mudou, a operação militar especial continua, continua para que alcancemos nossos objetivos", disse Peskov. "No entanto, reiteramos repetidamente que permanecemos abertos a negociações para alcançar nossos objetivos."
Peskov acrescentou, no entanto, que não vê perspectivas de negociações com o Ocidente no futuro próximo por causa da atitude "hostil" em relação à Rússia.
"É preciso dois lados para ter um diálogo. Como o Ocidente está agora assumindo uma postura muito, muito hostil em relação a nós, é improvável que haja tal perspectiva no futuro próximo", disse Peskov ao canal de TV Khabar 24 do Cazaquistão, segundo a agência de notícias russa Tass.
"No entanto, a Turquia, assim como vários outros países, continuam tentando mediar de alguma forma."
Embora a Rússia tenha dito antes que está disposta a negociar, as repetidas referências nesta semana à possibilidade de diálogo são notáveis.
O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse na terça-feira que Moscou está aberta a negociações com o Ocidente, mas os Estados Unidos classificaram a declaração como "pose".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, descartou falar com o presidente Vladimir Putin depois que a Rússia proclamou a anexação de quatro regiões ucranianas no mês passado e disparou mísseis em cidades ucranianas nesta semana após um ataque a uma ponte vital entre a Rússia e a Crimeia anexada.
(Reportagem da Reuters)