KIEV (Reuters) - Leonid Kravchuk, um ex-político comunista que ajudou a assinar a sentença de morte da União Soviética e depois atuou como primeiro presidente da Ucrânia independente, morreu nesta terça-feira, aos 88 anos.
Volodymyr Zelenskiy, agora liderando a Ucrânia no confronto com as forças invasoras russas, descreveu Kravchuk como um líder sábio que guiou o país nos caóticos primeiros anos de independência do domínio soviético.
"Ele era uma pessoa sempre capaz de encontrar palavras sábias e expressá-las de tal maneira que fossem ouvidas por todos os ucranianos", disse Zelenskiy em um discurso noturno em vídeo.
"Particularmente em tempos de crise. Quando o futuro de um país inteiro pode depender da sabedoria de uma pessoa."
Kravchuk, disse o presidente, mostrou sabedoria quando o movimento nacional da Ucrânia ganhou força no final dos anos 1980, culminando em um referendo em dezembro de 1991, no qual mais de 90% dos eleitores escolheram a independência.
Kravchuk foi eleito presidente no mesmo dia.
Kravchuk ficou conhecido como a "raposa astuta" ao subir na hierarquia do Partido Comunista da Ucrânia, assumindo como chefe do Parlamento no que então era uma república soviética em 1990.
Mas ele deixou o partido logo após um golpe fracassado contra o líder soviético Mikhail Gorbachev em agosto de 1991. O Parlamento da Ucrânia adotou uma declaração de independência no mesmo mês.
Em dezembro de 1991, ele assinou os acordos de Belovezha com o presidente russo Boris Yeltsin e o líder bielorrusso Stanislav Shushkevich que efetivamente desencadearam o colapso da União Soviética.