Por Catarina Demony
LISBOA (Reuters) - O partido de extrema direita português Chega está sendo acusado de manipular um vídeo que mostra um imigrante confrontando o líder da legenda, André Ventura, que o acusou de fabricar sua história para prejudicar o partido antes da eleição da União Europeia.
O Chega, que é anti-imigração e populista, ocupa atualmente o posto de terceira maior legenda portuguesa, tendo quadruplicado sua representação parlamentar na eleição geral ocorrida em março.
O cidadão de Bangladesh Iqbal Hossain se aproximou de Ventura em um evento na quinta-feira para reclamar das condições ruins de vida dos imigrantes, principalmente indonésios, que trabalham na indústria da pesca.
Chorando, ele afirmou que mandou sua filha de volta a Bangladesh devido ao racismo que os imigrantes frequentemente enfrentam.
Ventura foi às redes sociais na sexta-feira para afirmar que Hossain foi “plantado” no evento de campanha e que “fabricou” a história. Ele e outros legisladores do Chega compartilharam um vídeo da conversa, que divergia daquele mostrado por veículos de imprensa.
Cerca de 800 mil imigrantes vivem em Portugal, quase o dobro do número observado há uma década. Dados da polícia mostram que os crimes de ódio cresceram 38% em 2023, em comparação com um ano antes. Novos grupos nacionalistas também surgiram.