Por Karen Lema e Martin Petty
MANILA (Reuters) - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, encerrou nesta terça-feira o Acordo de Forças em Visita (VFA) de duas décadas com os Estados Unidos, cumprindo a promessa de limitar uma aliança que é crucial para os interesses norte-americanos.
O impulsivo Duterte, que já se chocou com os ex-colonizadores em várias questões, decidiu acabar com o pacto de rodízio de tropas para que as Filipinas sejam mais independentes em suas relações com outros países, disse o porta-voz Salvador Panelo.
"O presidente não considerará nenhuma iniciativa vinda do governo dos EUA para preservar o VFA, nem aceitará qualquer convite oficial para visitar os Estados Unidos", disse Panelo em um comunicado.
A decisão, provocada pela revogação de um visto norte-americano do ex-chefe de polícia que liderou a sangrenta guerra às drogas de Duterte, pode complicar os interesses militares dos EUA na região Ásia-Pacífico no momento em que a China se mostra cada vez mais ambiciosa.
Ela também restringiria o acesso das Filipinas ao treinamento e à experiência dos EUA no combate ao extremismo islâmico, a desastres naturais e a ameaças de segurança marítima.
Panelo disse que a decisão de Duterte foi uma consequência de ações legislativas e executivas de Washington que "chegaram perto de agredir nossa soberania e de desrespeitar nosso sistema judicial".
A embaixada dos EUA em Manila classificou a decisão como "uma medida grave com implicações significativas".
"Estudaremos cuidadosamente a melhor maneira de prosseguir para levar adiante nossos interesses comuns", disse esta em um comunicado.