MAPUTO (Reuters) - O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, tomou posse nesta quarta-feira em uma cerimônia acompanhada por apoiadores exultantes e dignitários, mas boicotada por políticos da oposição, que afirmam que sua vitória eleitoral de outubro foi fraudulenta.
Após uma guerra civil que matou cerca de um milhão de pessoas antes de um cessar-fogo em 1992, e episódios periódicos de violência desde então, Nyusi assinou um acordo com a Renamo, partido de ex-rebeldes e hoje opositores, em agosto, visando pacificar em definitivo um país prestes a se tornar um exportador de gás global.
Mas a votação de outubro exacerbou feridas de décadas: Nyusi, do partido governista Frelimo, venceu com mais de 70% dos votos, mas seu principal rival, Ossufo Momade, disse que a eleição foi manipulada.
Nem Momade nem os parlamentares da Renamo compareceram à posse na Praça da Independência no centro de Maputo.
Falando após a cerimônia, Nyusi disse que, durante seu mandato de cinco anos, buscará fazer com que a paz dure. "A paz é e será nossa prioridade absoluta", disse ele à multidão.
O secretário-geral da Renamo, Andre Magibire, disse à Reuters que a sigla não reconhece Nyusi como um líder legítimo, mas que tampouco será arrastada de volta à violência.
"De jeito nenhum desandaremos o acordo de paz, embora a Frelimo continue nos empurrando para a guerra", disse ele na terça-feira.
O porta-voz da Frelimo, Caifadine Manasse, o refutou.
"A oposição está alegando injustiça, em geral usa essa tática para provocar instabilidade."