Por Steve Holland e Daphne Psaledakis
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos disseram nesta sexta-feira que estão preocupados com as atividades desestabilizadoras do Grupo Wagner, da Rússia, na África e acusou o líder da força mercenária de ter ajudado a arquitetar a saída de forças de paz da ONU do Mali.
Os EUA têm informações indicando que o governo de transição do Mali pagou mais de 200 milhões de dólares para o Grupo Wagner desde o fim de 2021, disse o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, a repórteres.
Kirby disse que o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que liderou um motim contra o Kremlin no último fim de semana que acabou abortado, ajudou a arquitetar a saída da missão de paz da ONU, conhecida como Minusma, para “promover os interesses do Grupo Wagner”.
“Sabemos que autoridades do Mali trabalharam diretamente com funcionários de Prigozhin para informar o secretário-geral da ONU que o Mali havia revogado o consentimento para a missão da Minusma”, disse Kirby.
O Conselho de Segurança da ONU votou na sexta-feira para encerrar a missão. Mais cedo neste mês, o Mali pediu que a missão da ONU se retirasse “sem demora”, citando uma “crise de confiança” entre autoridades locais e a missão da ONU que durou uma década.
Tanto a Rússia quanto o Mali disseram que os soldados russos no local não são mercenários, mas estão ajudando a treinar tropas locais para lutar contra uma insurgência de uma década de militantes islâmicos.
(Reportagem de Steve Holland, Daphne Psaledakis e Doina Chiacu em Washington e Bate Felix em Dacar)