(Reuters) - Após dias de protestos por todo o Irã no último mês, o líder supremo Aiatolá Ali Khamenei parece impaciente. Reunindo seus principais oficiais de segurança e autoridades do governo, ele emitiu uma ordem: Faça o que for preciso para que isso pare.
A ordem, confirmada por três fontes próximas ao círculo interno do líder supremo e uma outra autoridade, colocou em prática a mais sangrenta repressão a manifestantes desde a Revolução Islâmica de 1979.
Cerca de 1.500 pessoas foram mortas durante menos de duas semanas de convulsão social, que começou em 15 de novembro. O número, disponibilizado à Reuters por três autoridades do Ministério do Interior iraniano, incluíram ao menos 17 adolescentes, 400 mulheres e também membros das Forças de Segurança e da polícia.
O número de 1.500 é significativamente mais alto que os números de grupos internacionais de Direitos Humanos e dos Estados Unidos. Um relatório da Anistia Internacional do dia 16 de dezembro disse que o número de mortos era de ao menos 304.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos, em nota à Reuters, disse estimar que muitas centenas de iranianos foram mortos, e que havia visto relatos que o número de vítimas fatais podia superar mil.
Os dados fornecidos à Reuters, segundo autoridades iranianas que os disponibilizaram, são baseados em informações reunidas com as forças de segurança, necrotérios, hospitais e legistas.
O gabinete do porta-voz do governo se recusou a comentar se as ordens vieram de Khamenei na reunião de 17 de novembro. A missão do Irã para a ONU não respondeu a um pedido de comentários sobre esse caso.
Em comunicado na segunda-feira, seguindo a publicação do artigo, um porta-voz do Conselho Iraniano Supremo Nacional de Segurança descreveu o número de mortos como "notícia falsa" de acordo com a agência de notícias semi-oficial Tasnim.