Por Edward Taylor e Paul Carrel
FRANKFURT (Reuters) - Andrea Nahles disse neste domingo que renunciará ao posto de líder do Partido Social-Democrata alemão (SPD), lançando novas dúvidas sobre a durabilidade da coalizão da chanceler Angela Merkel com o partido de centro-esquerda.
Tanto os democratas cristãos de Merkel quanto o SPD perderam apoio nas eleições europeias da semana passada, à medida que eleitores se afastaram de partidos políticos tradicionais, minando o apoio para a coalizão no poder que já chegou perto de se perder por completo no ano passado.
Andrea, cujo SPD é um parceiro menor na aliança de poder de Merkel, disse que renunciará à liderança do partido na segunda-feira e deixará o posto de chefe do grupo parlamentar do SPD na terça-feira.
"As discussões dentro da facção parlamentar e a repercussão de dentro do partido me mostraram que eu não tenho mais o apoio necessário para executar minhas funções", disse Andrea em comunicado divulgado pelo SPD.
O governo da "grande coalizão" irá até 2021, mas a renúncia de Andrea pode gerar uma saída prematura do SPD, forçando Merkel a convocar eleições antecipadas, a liderar um governo de minoria, ou buscar uma aliança com os Verdes e os liberais Democratas Livres.
"A eleição para a liderança do partido deve provavelmente ser uma votação da grande coalizão", disse Henrik Enderlein, presidente da Escola Hertie de Governança, em Berlim. "Quem concorrer terá de responder à crucial questão de participar ou não do governo."
"Novas eleições mais adiante neste ano não estão excluídas", acrescentou Enderlein. "Um governo de minoria no fim da era Merkel poderia possivelmente ser uma solução interina."
(Por Edward Taylor; reportagem adicional de Rene Wagner)