Por Rupam Jain e Jibran Ahmad
CABUL/PESHAWAR, Paquistão (Reuters) - O líder do Taliban paquistanês, Mullah Fazlullah, foi morto em um ataque aéreo norte-americano-afegão no Afeganistão, disse nesta sexta-feira uma autoridade do Ministério da Defesa afegão, em um ataque que deve amenizar tensões entre os Estados Unidos e o Paquistão.
Uma autoridade da missão Apoio Resoluto, liderada pela Otan no Afeganistão, confirmou que Fazlullah foi morto na quinta-feira.
As forças militares dos EUA informaram mais cedo em Washington que haviam realizado um ataque contra uma figura militante de alto escalão no leste da província afegã de Kunar, que fica na fronteira com o Paquistão, e uma autoridade norte-americana disse que se acreditava que o alvo era Fazlullah.
Fazlullah era o militante mais procurado do Paquistão, notório por ataques incluindo um massacre em uma escola em 2014 que matou 132 crianças e o ataque a tiros em 2012 contra a estudante Malala Yousafzai, que mais tarde recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
“Eu confirmo que Mullah Fazlullah, líder do Taliban paquistanês, foi morto em uma operação aérea conjunta na área fronteiriça do distrito de Marawera, na província de Kunar”, disse Mohammad Radmanish, porta-voz do Ministério da Defesa do Afeganistão, à Reuters, acrescentando que o ataque aéreo foi realizado por volta das 9h de quinta-feira.
O porta-voz das forças norte-americanas-afegãs, o tenente-coronel Martin O’Donnell, disse que forças norte-americanas realizaram um “ataque antiterrorismo” que mirava “um líder de alto escalão de uma organização terrorista específica”.
“Forças EUA-Afeganistão e forças Apoio Resoluto lideradas pela Otan continuam aderindo ao... cessar-fogo unilateral do Afeganistão com o Taliban afegão”, disse O’Donnell.
O governo anunciou o cessar-fogo na semana passada e ele entrou em vigor nesta semana.
“O cessar-fogo não inclui esforços norte-americanos antiterrorismo contra o Estado Islâmico e a Al Qaeda e outros grupos terroristas regionais e internacionais, ou o direito inerente dos EUA e forças internacionais de defesa caso atacadas”, disse O’Donnell.
“Nós esperamos que esta pausa leve a diálogo e progresso em reconciliação e um fim duradouro das hostilidades.”