Por Panu Wongcha-um e Aukkarapon Niyomyat
BANGCOC (Reuters) - Líderes de protestos pró-democracia na Tailândia se renderam à polícia nesta terça-feira depois que as autoridades frustraram uma marcha realizada no aniversário de um golpe de 2014 para exigir eleições antecipadas.
Cerca de 500 manifestantes se reuniram em dois locais de Bangcoc para marcar os quatro anos transcorridos desde o golpe, mas foram superados pelos cerca de 3 mil policiais, e até o final da tarde já haviam dispersado.
O protesto ocorreu em meio a um temor generalizado com a continuidade do governo militar e com o que grupos de direitos humanos afirmam ser um uso indevido de leis repressivas para silenciar os críticos.
O primeiro-ministro da Tailândia, Prayuth Chan-ocha, reiterou que uma eleição geral será realizada no ano que vem, mas os manifestantes exigiram uma votação em novembro.
Os manifestantes, alguns portando bandeiras tailandesas e charges de Prayuth como Pinóquio, partiram da Universidade Thammasat, mas fileiras de policiais de uniforme preto os impediram de chegar aos escritórios do premiê na Casa do Governo.
Ao longo do dia os manifestantes tentaram penetrar a barreira policial de forma intermitente. A Casa do Governo e as ruas ao redor foram declaradas uma zona de interdição, e os manifestantes foram alertados a não desafiarem uma proibição da junta a aglomerações públicas.
Prayuth, que liderou o golpe de 2014 na condição de chefe do Exército, encerrando meses de protestos de rua e um impasse político, reafirmou nesta terça-feira que não haverá eleição antes de 2019.
Os militares prometeram a volta de um governo democrático, mas vêm adiando repetidamente a realização de eleições gerais.