Por Guy Faulconbridge
LONDRES (Reuters) - Londres realizou uma vigília nesta segunda-feira em homenagem às duas pessoas assassinadas perto da Ponte de Londres por um terrorista condenado que foi solto da prisão antecipadamente, um incidente que colocou a justiça criminal no centro da campanha eleitoral a 10 dias da eleição nacional.
Jack Merritt, de 25 anos, e Saskia Jones, de 23, ambos ex-estudantes ativos em um programa de reabilitação de prisioneiros, foram mortos na sexta-feira quando Usman Khan realizou um ataque com facas de cozinha durante uma conferência sobre o programa ao lado da Ponte de Londres.
Na vigília, o prefeito londrino, Sadiq Khan, disse que a capital britânica se uniu "em um espírito de desafio para dizer que Londres jamais será acuada ou intimidada pelo terrorismo".
"A melhor maneira de derrotar este ódio não é nos voltando uns contra os outros, mas nos concentrando nos valores que nos unem para extrair esperança do heroísmo de londrinos comuns e serviços de emergência que correram na direção do perigo".
O ataque de sexta-feira se tornou um tema político antes da eleição de 12 de dezembro. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu uma postura mais rígida a respeito da libertação de prisioneiros se seu Partido Conservador conquistar uma maioria no Parlamento, criticando Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista opositor de centro-esquerda, por ser frouxo com o terrorismo.
Os trabalhistas dizem que os cortes do policiamento e dos serviços sociais durante uma década de liderança conservadora tornaram mais difícil combater o extremismo, rastrear ex-detentos e reintegrá-los.
Confrontado por transeuntes, inclusive um polonês munido de uma presa de narval e outros com extintores de incêndio, o agressor, que usava um colete de explosivos falso, foi derrubado e em seguida morto a tiros pela polícia britânica.
Johnson e Corbyn compareceram à vigília em Guildhall Yard, no coração da City de Londres, para homenagear os mortos, os feridos, os serviços de emergência e os membros do público que intervieram.
Em 2012, o agressor havia sido condenado a um mínimo de oito anos de prisão por delitos que incluíram tramar para explodir a bolsa de valores de Londres e o Parlamento britânico. Ele foi solto um ano atrás sem uma avaliação da comissão de condicional para saber se representava uma ameaça ao público, apesar de o juiz que o condenou ter alertado que tal avaliação deveria ser feita.