SÃO PAULO (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, negou nesta terça-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja ausente de sua campanha e garantiu que os dois terão "várias atividades juntos" ainda.
"Ele nunca está ausente, vivo falando com ele pelo telefone", disse a presidente a jornalistas em um hotel em São Paulo. "Ele fez uma grande plenária em São Paulo e vamos fazer várias atividades juntos."
"Ele vai participar ativamente da campanha, podem ficar sossegados", acrescentou Dilma.
O ex-presidente participou de uma plenária em São Paulo com lideranças e militantes do PT na semana passada, sem a participação de Dilma. Os dois ainda não apareceram juntos na campanha do segundo turno.
Padrinho político de Dilma, Lula foi fundamental na vitória da petista há quatro anos, quando ela disputou uma eleição pela primeira vez.
DISCUTIR A IMPUNIDADE
Em meio às denúncias sobre um suposto esquema de propinas em contratos da Petrobras que beneficiaria políticos e partidos governistas, Dilma voltou a falar sobre a corrupção, dizendo que mudanças são necessárias para romper a impunidade.
"O grau de impunidade no Brasil é extremamente elevado, é fundamental discutir a impunidade... e o Brasil tem de resolver institucionalmente o problema da corrupção --investigando, julgando e punindo exemplarmente corruptos e corruptores, com direito de defesa claro."
A candidata lembrou seu plano de cinco pontos como um passo para isso. O plano envolve caracterizar caixa 2 como crime eleitoral, criminalizar funcionário público que não prove origem dos seus bens e que o governo consiga recuperá-los e aumentar a agilidade do julgamentos de foro privilegiado.
Questionada sobre o debate marcado para a noite desta terça-feira, a presidente disse estar tranquila.
"Não é mais (uma situação de) seis contra um, sete contra um. Agora é diferente, é só um, e vamos ter uma discussão à serio, sobre o governo dele em Minas."
Dilma aproveitou para criticar um dos motes de campanha de Aécio, o "choque de gestão", dizendo que o seu rival vai precisar explicar a sua atuação como governador de Minas.
"Que choque de gestão foi esse que produziu a segunda maior dívida pública de um Estado brasileiro? Por que o governo dele, ou os governos tucanos, fizeram um termo de ajustamento de gestão que diz respeito ao não investimento em saúde e educação?"
(Reportagem de Vinicius Cherobino)