Por Ahmed Elumami
TRÍPOLI (Reuters) - A Líbia reabriu o porto de petróleo de Hariga nesta terça-feira, encerrando uma greve de seguranças que ameaçava prejudicar ainda mais a produção da commodity no país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), já abalado pelos combates entre facções rivais por dois terminais de exportação.
A ameaça de fechar o porto de Hariga ilustra a fragilidade das remessas de petróleo da Líbia, onde dois governos se antagonizam e suas Forças Armadas estão mergulhadas numa disputa pelo controle do país e da riqueza gerada pelo petróleo.
Hariga reabriu pouco antes de uma esperada reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar um conflito mais amplo, o que governos ocidentais temem transformar a Líbia num Estado falido.
A Líbia interrompeu no sábado a maior parte das operações de Hariga, que fica perto da fronteira com o Egito e atualmente é o único terminal de exportação de petróleo em funcionamento, depois que seguranças impediram que um petroleiro ancorasse como protesto por questões salariais.
"Um petroleiro deveria aportar nesta manhã; mas o clima não permitiu. Iremos esperar até que o clima nos permita ir adiante", disse o porta-voz da empresa que opera Hariga, Omran Al-Zwie.
Os dois maiores portos de petróleo líbios, Es Sider e Ras Lanuf, que têm uma capacidade total de produção de cerca de 600 mil barris por dia, foram fechados devido aos confrontos entre as duas confederações informais de facções armadas desde dezembro.
Quase quatro anos depois de a guerra civil ter deposto Muammar Gaddafi, a Líbia está refém da luta entre um governo internacionalmente reconhecido e um gabinete rival, que se estabeleceu em Trípoli depois que uma facção conhecida como Amanhecer Líbio tomou a capital em meados do ano passado.