QUITO (Reuters) - A política imigratória e o protecionismo comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são ameaças para a América do Sul, e a região precisa se posicionar contra elas, e não tentar agradá-lo, disse o líder do bloco regional Unasul nesta terça-feira.
A América Latina tem observado atentamente a insistência de Trump em tentar forçar o México a pagar pelo muro de fronteira para evitar imigração ilegal e tráfico drogas. Ele também ameaçou taxar importações mexicanas e acabar com o acordo comercial regional Nafta se ele não puder renegociá-lo e obter mais benefícios para os EUA.
"Esse é um muro que vai separar nós, latino-americanos, dos Estados Unidos, porque se você atinge o México você atinge a América Latina”, disse Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia, num discurso de despedida da Unasul no Equador. O seu mandato no comando da Unasul termina nesta terça.
"Vamos ser honestos, os primeiros anúncios e decretos do novo governo dos EUA nos fazem pensar, sem histeria, que nós estamos enfrentando uma ameaça estratégica complexa”, declarou ele.
Samper pediu que a América Latina busque estratégias e não caia na “síndrome do agrado” na relação com Trump, que não tem experiência em cargo público.
(Por Cristina Muñoz)