Por Bozorgmehr Sharafedin
DUBAI (Reuters) - O líder supremo iraniano disse nesta segunda-feira que as políticas dos Estados Unidos no Oriente Médio são uma ameaça para Irã e Rússia e apelou para estreitar os laços bilaterais durante uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, em Teerã.
A guerra civil na Síria evoluiu para uma disputa mais ampla entre potências mundiais. A Rússia e o Irã apoiam o presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto que potências ocidentais, Turquia e países do Golfo querem ele fora do poder.
"Os norte-americanos têm um complô de longo prazo e estão tentando dominar a Síria e, em seguida, toda a região... Isso é uma ameaça para todos os países, especialmente a Rússia e o Irã", disse o aiatolá Ali Khamenei, segundo seu site, na reunião à margem do Fórum de Países Exportadores de Gás em Teerã.
"Os Estados Unidos estão agora tentando alcançar os seus objetivos militares fracassados na Síria por meio da política", acrescentou ele, referindo-se às propostas de conversações de paz.
Um porta-voz do Kremlin, citado pela agência de notícias Interfax, afirmou que Putin e Khamenei haviam concordado durante a reunião que potências mundiais não devem impor a sua vontade política na Síria.
Putin, em sua primeira visita ao Irã desde 2007, deu uma edição antiga do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, para Khamenei, de acordo com o site do líder iraniano, que publicou fotos do livro.
O conselheiro superior do líder supremo, Ali Akbar Velayati, classificou o encontro de duas horas entre Putin e Khamenei de "sem precedentes na história dos dois países", segundo a agência de notícias Fars.
Putin e Khamenei falaram em favor do estreitamento dos laços comerciais. O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse que Teerã busca uma maior cooperação com Moscou nos setores de energia, bancário e de transportes.
(Reportagem adicional de Denis Pinchuk, em Teerã; e de Katie Paul, em Dubai)