Por Michel Rose e Jean-Baptiste Vey
BRASÍLIA (Reuters) - Emmanuel Macron, centrista pró-Europa, tornou-se presidente da França neste domingo, em uma cerimônia solene no Palácio do Eliseu e prometeu trabalhar para sanar as divisões na sociedade – uma referência à campanha amarga na qual derrotou a líder da extrema direita.
Sua posse marcou uma novidade para a quinta maior economia do mundo e membro-fundadora da União Europeia, empossando um novato de 39 anos, desconhecido para o público até três anos atrás e que não pertence a nenhum grupo político tradicional.
O ex-banqueiro de investimentos se tornou o líder francês mais jovem no período pós-guerra e o primeiro a ter nascido depois de 1958, quando o presidente Charles de Gaulle implementou a Quinta República no país.
Em seu primeiro discurso no cargo, ele se remeteu à campanha eleitoral tensa e ferozmente disputada, na qual ele superou Marine Le Pen, da Frente Nacional, mas que foi uma decepção para quase metade dos 47 milhões de eleitores franceses.
Muitas pessoas se sentem prejudicadas pela globalização, uma vez que os trabalhos na indústria foram para o exterior, enquanto a imigração e um mundo que muda cada vez mais rápido confunde sua noção do que seria a identidade francesa.
“A divisão e as fraturas em nossa sociedade devem ser superadas. Eu sei que os franceses esperam muito de mim. Nada me impedirá de defender os altos interesses do da França e trabalhar para reconciliar os franceses”, declarou Macron.
Um integrador europeu convicto, ao contrário de Le Pen e outros candidatos, Macron continuou: “O mundo e a Europa precisam da França mais do que nunca, e uma França fortalecida, que fale claramente em nome da liberdade e da solidariedade”.
Ele lançará sua aposta por laços mais fortes com a Alemanha em conversa com a chanceler Angela Merkel na segunda-feira em Berlim, onde irá disparar a mensagem de que o bloco é resiliente, apesar da decisão do Reino Unido de deixá-lo, e uma onda de crises financeiras e imigratórias que impulsionaram a extrema direita.
Na segunda-feira, Macron deve indicar seu primeiro-ministro, cujo trabalho será pilotar as reformar liberalizantes do presidente que visam reduzir a alta taxa de desemprego e reviver a economia em desaceleração.