Por Michel Rose
PARIS (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu nesta sexta-feira os artistas que idealizaram a cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris e receberam ameaças de morte, elogiando sua “audácia” e dizendo que a festa deixou a França orgulhosa.
Autoridades francesas abriram uma investigação sobre ameaças de morte recebidas pelo diretor artístico da cerimônia, Thomas Jolly, após ele ser assediado na internet por causa de uma cena que aparentava fazer uma paródia da obra-prima “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci.
“Estou escandalizado e triste por tudo o que ele tem passado”, afirmou Macron a repórteres em Paris, após retornar da Riviera Francesa para torcer pelos atletas locais.
“Os franceses e todo o mundo ficaram muito orgulhosos pela cerimônia de abertura”, disse. “Sua audácia fez bem a muitas pessoas.”
A cena, que causou fúria na Igreja Católica, em políticos de extrema-direita da França e na direita religiosa dos Estados Unidos, tinha a presença de drag queens, um modelo transgênero e um cantor nu fantasiado do deus grego do vinho, Dionísio.
Os organizadores pediram desculpas e disseram que não tiveram a intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso. Jolly afirmou que não havia o objetivo de subversão religiosa na cena, que retratava somente uma festa pagã ligada aos deuses do Olimpo.
Macron afirmou que as pessoas têm o direito de criticar e opinar sobre o tema, mas que as ameaças de morte não têm espaço em uma democracia, e que a cerimônia mostrou que a França respeita a liberdade artística.
“Mostrou a audácia da França, e tudo aconteceu com a adequada liberdade artística. Nada justifica as ameaças a um artista”, disse.
(Reportagem de Michel Rose)