Por Diego Ore e Brian Ellsworth
CARACAS (Reuters) - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse no sábado que seu governo havia detido cidadãos norte-americanos, incluindo um piloto, por suspeita de espionagem, uma ação que deve prejudicar as relações já tensas entre Washington e Caracas.
Maduro também disse que seu governo iria pedir uma redução do número de funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Caracas e proibir algumas autoridades norte-americanas de entrar na Venezuela em retaliação a uma medida semelhante tomada pelos Estados Unidos no ano passado. A Venezuela também deve exigir que cidadãos norte-americanos obtenham vistos antes da visita, afirmou o presidente em um comício.
Adversários políticos de Maduro afirmam que as medidas são destinadas a tirar a atenção da crise econômica cada vez mais grave no país exportador de petróleo. A Venezuela tem sido duramente afetada pelo colapso dos preços do petróleo ao longo dos últimos nove meses.
"Nós capturamos alguns cidadãos americanos em atividades sigilosas, espionagem, tentando conquistar as pessoas em cidades ao longo da costa venezuelana", disse Maduro em um comício em Caracas, acrescentando que um dos detidos é um piloto norte-americano, preso na fronteira de Tachira.
"Em Tachira, nós capturamos um piloto de um avião norte-americano (que é) de origem latina (carregando) todos os tipos de documentação", disse Maduro, sem oferecer mais detalhes.
Ele disse que políticos norte-americanos, incluindo o ex-presidente George W. Bush, o ex-vice-presidente Dick Cheney, e o senador Bob Menendez seriam impedidos de entrar na Venezuela.
Um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Caracas disse que não poderia comentar, citando a falta de qualquer comunicação oficial diplomática com o governo venezuelano.
Um funcionário do governo do presidente norte-americano, Barack Obama, rejeitou amplamente as acusações de Caracas.
"As alegações contínuas de que os Estados Unidos estão envolvidos nos esforços para desestabilizar o governo venezuelano são infundadas e falsas", disse autoridade, falando sob condição de anonimato.