HONG KONG (Reuters) - O bilionário Li Ka-shing, de Hong Kong, pediu que os manifestantes pró-democracia que ocupam o coração da cidade há mais de duas semanas voltem para casa e para suas famílias, um dia após 45 pessoas terem sido presas após confrontos com a polícia.
Li, o homem mais rico da Ásia e presidente do conselho da incorporadora Cheung Kong, também disse em um comunicado que um possível colapso do Estado de Direito de Hong Kong seria "uma grande tristeza" para a cidade controlada pela China.
"Desde que mudou de mãos, a fórmula de ‘um país, dois sistemas' tem protegido o estilo de vida de Hong Kong", disse ele, referindo-se ao esquema sob o qual a cidade tem sido administrada desde que deixou de ser controlada pelos britânicos e passou para a China em 1997.
"Eu peço a todos que não se inquietem. Peço que todos não deixem a paixão de hoje tornar-se o arrependimento de amanhã. Eu peço que todos voltem para casa e para suas famílias", disse Li em seus primeiros comentários públicos desde o começo dos protestos.
A fórmula "um país, dois sistemas" permite uma ampla autonomias e liberdades em Hong Kong não gozadas pela China continental, e especifica o sufrágio universal para Hong Kong como uma meta eventual.
Mas o governo chinês decidiu em 31 de agosto que escolheria os candidatos que concorreriam para ser o chefe executivo da cidade em 2017, algo que os ativistas disseram que invalida o conceito de sufrágio universal.