BRUXELAS (Reuters) - O Parlamento da União Europeia concedeu seu prêmio anual Sakharov para a Liberdade de Pensamento à iraniana Mahsa Amini, que morreu sob custódia policial no ano passado, e ao movimento "Mulher, Vida, Liberdade" do Irã, informou a instituição nesta quinta-feira.
"Em 16 de setembro, completou-se um ano do assassinato de Jina Mahsa Amini no Irã. O Parlamento Europeu está orgulhosamente ao lado das corajosas e desafiadoras que continuam a lutar pela igualdade, dignidade e liberdade no Irã", disse a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, em um comunicado.
"Ao escolhê-las como laureadas... esta Casa se lembra de sua luta e continua a honrar todas aquelas que pagaram o preço final pela liberdade."
Amini, de 22 anos, nascida na província ocidental iraniana do Curdistão, morreu sob custódia da polícia da moralidade em setembro do ano passado, após ser presa por supostamente desrespeitar o código de vestimenta obrigatório da República Islâmica.
Embora a família de Amini tenha dito que ela havia sido morta por golpes na cabeça e nos membros, as autoridades disseram que ela havia morrido devido a problemas médicos pré-existentes.
Sua morte provocou meses de protestos que se transformaram em uma das piores turbulências políticas desde a Revolução Islâmica de 1979.
Sob o lema "Mulher, Vida, Liberdade", os cidadãos iranianos têm protestado contra as leis que obrigam as mulheres a cobrir os cabelos e usar roupas largas.
As forças de segurança iranianas continuaram a reprimir a dissidência e detiveram brevemente o pai de Amini no aniversário de sua morte.
(Por Julia Payne)