ATENAS (Reuters) - Os gregos querem que seu governo faça um acordo com credores internacionais para destravar o resgate financeiro, e não estão propensos à realização de novas eleições ou de um referendo caso as negociações atinjam um impasse, mostrou uma pesquisa de opinião publicada nesta quarta-feira.
De acordo com a pesquisa, feita pelo instituto de pesquisa GPO para a Mega TV, 75,6 por cento dos gregos acreditam que seu governo, eleito após ter se posicionado contra os cortes fiscais, deve chegar a um acordo a qualquer custo com seus parceiros na zona do euro e no Fundo Monetário Internacional para continuar adepto ao euro. Apenas 22,8 por cento dos entrevistados discordam.
Isolada dos mercados internacionais, a Grécia está rapidamente ficando sem recursos para pagar salários, o serviço de empréstimos e o resgate de dívidas em vencimento. Os gregos têm apenas mais alguns dias para alcançar um acordo de reformas em troca de dinheiro, disseram representantes da zona do euro nesta quarta-feira.
A pesquisa mostra que 58,3 por cento dos gregos apoiam a estratégia seguida pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, nas negociações com os credores, enquanto 39,8 por cento desaprovam.
Mas 72,2 por cento dos entrevistados não desejam a realização de eleições antecipadas caso as negociações cheguem a um impasse, enquanto 61,9 por cento acreditam que se um acordo for atingido, ele não deve ser submetido a referendo.
Antes nesta semana, Tsipras disse que teria que recorrer a um referendo popular se os credores insistissem em exigências tidas como inaceitáveis por seu governo, embora ele estivesse confiante de que um acordo será alcançado.
Cerca de 100 dias após ter assumido o poder, em 25 de janeiro, o governo liderado pelo partido Syriza mantém uma liderança forte sobre a oposição conservadora, apesar da falta de entendimento com os credores até agora.
A pesquisa mostrou que os esquerdistas receberiam 36,5 por cento dos votos se eleições fossem organizadas hoje, com os conservadores do partido Nova Democracia aparecendo em segundo, com 22 por cento.
(Reportagem de George Georgiopoulos)