Por Charlotte Greenfield
(Reuters) - Mais de 1.000 civis afegãos foram mortos em bombardeios e outros atos de violência desde que as forças estrangeiras partiram e o Taliban assumiu o poder em 2021, de acordo com um relatório da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Afeganistão divulgado nesta terça-feira.
Entre 15 de agosto de 2021 e maio deste ano, 1.095 civis foram mortos e 2.679 feridos, segundo a Missão da ONU no Afeganistão (Unama), ressaltando os desafios de segurança mesmo após o fim de décadas de guerra.
A maioria das mortes - pouco mais de 700 - foi causada por dispositivos explosivos improvisados, incluindo atentados suicidas em locais públicos, como mesquitas, centros educacionais e mercados.
Embora os combates armados tenham caído drasticamente desde que o Taliban assumiu o poder em agosto de 2021, com o colapso das forças apoiadas pela Otan, os desafios de segurança permanecem, principalmente do Estado Islâmico. O grupo militante foi responsável pela maioria dos ataques, de acordo com a Unama, que também observou que a letalidade dos ataques aumentou, apesar de menos incidentes violentos.
“Os números da Unama destacam não apenas os danos civis contínuos resultantes de tais ataques, mas um aumento na letalidade dos ataques suicidas desde 15 de agosto de 2021, com um número menor de ataques causando um número maior de vítimas civis”, informou o relatório.
O Taliban tem dito que está focado em proteger o país e realizou várias operações contra células do Estado Islâmico nos últimos meses.
O Ministério de Relações Exteriores administrado pelo Taliban, em resposta à ONU, disse que o Afeganistão enfrentou desafios de segurança durante a guerra por décadas antes de seu governo, conhecido como Emirado Islâmico, assumir o controle e a situação melhorar.