Por Mica Rosenberg e Kristina Cooke
(Reuters) - Christian Mejia achou que tinha chance de sair de um centro de detenção de imigrantes no interior do Estado norte-americano da Louisiana depois de encontrar um advogado para o ajudar a pedir asilo, até ser posto em quarentena.
No início de janeiro, um surto de caxumba no Centro de Processamento da Agência de Imigração e Aduana dos EUA (ICE) de Pine Prairie, uma entidade privada, isolou Mejia e centenas de outros detidos. "Quando há uma só pessoa doente, todos pagam", disse Mejia, de 19 anos, em uma entrevista por telefone de Pine Prairie, descrevendo semanas sem visitas e acesso à biblioteca e ao salão de refeições.
Seu advogado não pôde entrar, mas seu caso continuou a correr em um tribunal de imigração, por videoconferência. No dia 12 de fevereiro o juiz ordenou que ele fosse deportado de volta a Honduras.
O número de pessoas reunidas em centros de detenção de imigrantes no governo Trump alcançou cifras recordes, levando defensores dos imigrantes a temerem surtos de doenças e quarentenas que limitam o acesso a serviços legais.
Até 6 de março, mais de 50 mil imigrantes estavam detidos, segundo dados da ICE.
Emails internos vistos pela Reuters revelam as complicações de se lidar com surtos como o de Pine Prairie, já que imigrantes detidos muitas vezes são transferidos ao redor do país e as pessoas infectadas não necessariamente exibem sintomas de doenças virais quando já estão contagiosas.