Por Jonathan Landay e Daphne Psaledakis
WASHINGTON (Reuters) - Mais de 20 membros da Otan cumprirão a meta da aliança de alocar pelo menos 2% do PIB para a área de Defesa neste ano, disse nesta segunda-feira o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, destacando como aliados aumentaram os gastos militares desde que a Rússia tomou a Crimeia da Ucrânia em 2014.
Falando ao thinkthank Wilson Center, em Washington, Stoltenberg afirmou que a quantidade de aliados cumprindo essa meta de gastos era de menos de 10 membros cinco anos atrás.
"Eu posso revelar agora que este ano mais de 20 aliados gastarão pelo menos 2% do PIB em Defesa", disse Stoltenberg.
"Isso é bom para a Europa e bom para os EUA, especialmente porque grande parte desse dinheiro extra é gasto aqui nos Estados Unidos", disse, acrescentando que, nos últimos dois anos, mais de dois terços das aquisições de defesa da Europa -- ou mais de 140 bilhões de dólares -- foram de empresas norte-americanas.
Stoltenberg estava em Washington para as preparações para a cúpula da Otan no próximo mês na capital dos EUA e tem um encontro marcado com o presidente Joe Biden ainda nesta segunda-feira.
Stoltenberg afirmou que, quando os líderes da Otan estabeleceram a meta de 2% do PIB em sua cúpula em 2014, apenas três membros -- Estados Unidos, Grécia e Reino Unido -- cumpriram.
Naquele momento, havia 28 membros. A Otan agora tem 32.
Stoltenberg disse a jornalistas que a tendência de aumento de gastos militares de membros da Otan foi desencadeada pela tomada da Crimeia pela Rússia em 2014.
"Isso começou muito antes da invasão total da Ucrânia" em 2022, disse.
Os gastos com Defesa da Otan tornaram-se assunto altamente controverso nos últimos anos, especialmente quando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, acusou os europeus de gastarem pouco demais em sua própria segurança e de dependerem dos EUA para proteção.
Neste ano, Trump -- candidato republicano na eleição presidencial dos EUA em novembro -- provocou indignação ao sugerir que não protegeria membros da Otan que não gastassem o suficiente em Defesa e até incentivaria a Rússia a atacá-los.
Os gastos em Defesa de muitas nações europeias subiram bastante desde a invasão da Rússia à Ucrânia em fevereiro de 2022 e autoridades da Otan têm feito questão de enfatizar que seus membros europeus estão agora assumindo responsabilidade.
(Reportagem de Jonathan Landay, Daphne Psaledakis e Kanishka Singh)